Momentos

O tempo pode apagar lembranças de um rosto, de um corpo, mas jamais apagará lembranças de pessoas que souberam fazer de pequenos instantes, grandes momentos!!!

domingo, 17 de abril de 2011

Olhar para a Cruz


Neste tempo atribulado, com tantas preocupações, tantas convulsões sociais e políticas, tantas tarefas diárias a realizar, o caminho de conversão que somos convidados a fazer neste tempo de Quaresma passa por olhar para a Cruz.
Olhar para a Cruz é difícil. Não é uma imagem atraente, há uma expressão de demasiada dor, uma situação extrema que não nos é confortável. E por isso temos a tendência a suavizar, a retirar o Cristo, a adorná-la, a colocá-la bonita. Talvez seja uma tendência natural, humana. Afinal quem gosta de contemplar o sofrimento?
Os olhos da fé permitem olhar para a cruz de uma outra forma. Permitem-nos embarcar na contemplação da cruz sem receios. Entrar profundamente no Amor doado até às últimas consequências e então sermos capazes de enfrentar os nossos medos, as nossas fragilidades, o nosso sofrimento, porque Ele “tomou sobre si as nossas enfermidades…” (Is 53,4).
Os olhos da fé também nos dão da cruz um olhar de esperança. Porque, este Cristo crucificado é o mesmo que os discípulos de Emaús encontraram, que Tomé tocou. Porque são uma mesma realidade, uma realidade que nos transcende, que se torna presente na eucaristia e em toda a nossa entrega, por mais simples que seja.
Olhar para a cruz é poder descobrir este Amor que nos acompanha sempre. O desafio está em abandonarmo-nos a este Amor e sermos capazes de fazer a experiência que para além do sofrimento está o Cristo, paciente, que nos abraça e que suaviza o nosso caminho por muito difícil que ele seja. Não é fácil, mas Ele vai-nos dizendo que é possível.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Já dizia uma amiga minha "Sabes que a vida é uma corrida constante... acabamos por ter tanta coisa, que outras tão ou mais importantes acabam por ficar para último".

Será mesmo assim? Estaremos condenados a deixar as coisas mais importantes para último?

Há pessoas com o tempo "apertado", que "lutam contra o tempo", "não têm tempo para nada", "não podem perder tempo para...".

Ora portanto, um pai ou uma mãe não tem tempo para dizer que gosta do filho, um filho não tem tempo para dizer que gosta dos pais, um amigo não tem tempo para dizer que gosta de outro amigo, as pessoas simplesmente não têm tempo...

Mas há tempo para ficar a buzinar numa fila no meio da cidade, há tempo para barafustar com o transito que não anda, o sinal que não muda, o estar atrasado, o autocarro que não chega, o passeio que está sujo, o sr. que passou à frente, até há tempo para falar no tempo que está, o frio, a chuva, mas para as coisas que talvez mais importem, simplesmente "não há tempo"!

Dizem "às vezes não é fácil"... Não é fácil? Passamos tão pouco tempo neste mundo, é ínfimo comparado com o tempo que as pedras da calçada têm, os anos das árvores centenárias...

Se não aproveitarmos o tempo para as coisas "realmente importantes", que marca vamos deixar cá? A da indiferença? Do "depois eu ligo", "depois falamos", "amanhã temos tempo"...

Será que no meio da lista de coisas que temos para fazer durante o dia, não podemos por 30 seg. para dizermos a alguém que simplesmente gostamos dela? Prefiro perder 30 seg. do meu tempo a dizer que adoro uma pessoa e deitar-me mais tarde 30 seg. nesse dia muito mais feliz e saber que "toquei" essa pessoa, ou que o meu simples Olá de manhã, (sim, porque há pessoas que nem para isso "têm tempo") serviu para fazer sorrir alguém!

Pensamos que as pessoas estão sempre lá para nós, que não precisamos dar tanta atenção a algumas, porque são as pessoas mais importantes para nós, são as que nos conhecem bem, que nos aceitam assim, mesmo sem darmos tanta atenção, são os nossos amigos. Mas não será a esses que devemos dar mais atenção? Não será a esses que devemos dizer que os adoramos, que devemos dizer que gostamos de "perder tempo" com eles?

A todos os meus amigos, conhecidos, e outros que hão-de vir, obrigado pelo tempo que perderam a ler isto, e não se esqueçam:

"O tempo passa, as atitudes ficam!"